A premiação “Para Mulheres na Ciência” é desenvolvida pela L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Seu principal objetivo é transformar o cenário científico, contribuindo para o equilíbrio de gêneros na área. Por isso, todo ano, sete jovens pesquisadoras das áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática são contempladas com uma bolsa-auxílio de R$ 50.000,00, cada, para darem prosseguimento a suas pesquisas.

A pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, a biomédica Adriana Folador é uma das sete vencedoras da 14ª edição do prêmio nacional L’Oréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência 2019. Voltando seus estudos para a genética da resistência a antibióticos em pacientes e no meio-ambiente da Amazônia, Adriana, que nasceu em Alenquer, interior do Estado, venceu na categoria “Ciências da Vida”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as infecções por bactérias resistentes a antibióticos serão, em 2050, a principal causa de morte no mundo. A estimativa levanta a necessidade de a ciência compreender melhor o fenômeno da resistência antimicrobiana e buscar soluções para o problema – pesquisa que a pesquisadora Adriana Folador se propõe a fazer.

A ideia é fazer uma análise genética das bactérias encontradas, para identificar os genes de resistência presentes na região e compreender como eles se disseminam pelos diferentes ambientes. Para Adriana, a água é provavelmente o principal veículo de comunicação entre os vários locais onde há bactérias. “Toda a atividade humana –urbanização, agricultura, pecuária, indústria, atendimento hospitalar etc. – gera resíduo. E todos esses resíduos vão para a água e para o solo”, argumenta.

A cientista pretende, ainda, realizar um trabalho de conscientização junto aos pequenos agricultores do Norte do Brasil. “Fazer ciência aqui tem desafios extras pela dificuldade de acesso aos insumos e tecnologias, aliados aos desafios de ser mulher e cientista”, afirma Adriana. “Aqui na Amazônia são poucas as mulheres que conseguem se destacar em termos de visibilidade. Eu não esperava ganhar. Quando recebi a ligação, nem acreditava. Uma notícia maravilhosa!”, completa, destacando que, além da visibilidade, os recursos do prêmio ajudarão a manter as atividades do laboratório.

O PPGBIOTEC se orgulha e incentiva seus docentes a buscarem e divulgarem a pesquisa e a contribuição a sociedade. Parabenizamos a professora Adriana Folador pelo excelente trabalho.

 

Fonte: Jornal O Liberal Digital, publicado no dia 22 de agosto de 2019, adaptado.